RNPOLITICAEMDIA2012.BLOGSPOT.COM

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

COM DEMORA DO MP, GOVERNADORES CITADOS PELA ODEBRECHT DEVEM DISPUTAR ELEIÇÕES 2018.

Até agora, a maioria deles continua apenas com o carimbo de 'citado' na Operação Lava-jato, quatro meses depois. Mais da metade dos envolvidos deve disputar um cargo político nas eleições de 2018 em busca da reeleição ou atrás até de voos maiores, como a presidência da República.

Dos 12 processos, três ficaram no Supremo Tribunal Federal porque têm conexão com políticos que são investigados pela Casa. Os de Renan Filho, de Alagoas e Tião Viana, do Acre não têm relação com Petrobras e, por isso, saíram das mãos do relator da Lava-jato Edson Fachin. Só foram redistribuídos este mês.
Os processos chegaram aos gabinetes dos novos relatores somente esta semana. O que apura irregularidades de Robinson Faria, do Rio Grande do Norte, ganhou nova relatoria em julho, e já há manifestação para que a polícia federal tenha mais prazo para concluir as investigações.
Os outro noves casos que devem correr no Superior Tribunal de Justiça, corte responsável por investigar governadores, caminham a passos ainda mais lentos. A Procuradoria-Geral da República informou que, até agora, nem pediu abertura de inquérito. Ou seja, ainda não existe processo no STJ referente à delação da Odebrecht contra os governadores.
Para o jurista Wálter Maierovitch, essa demora no andamento dos processos revela que a estrutura jurídica do Brasil está ultrapassada. Ele lamenta que os tribunais e procuradorias não tenham conseguido acompanhar a Lava-jato.
'A Lava-jato se mostrou muito grande, e as estruturas não a atendem. Tem ainda a questão da complexidade. O que está muito claro e o que a sociedade não aceita é o ritmo de lesma reumática, principalmente na questão da Justiça', afirma.
Os casos dos governadores não ficam com o procurador-geral, Rodrigo Janot. Eles são analisados pelo vice-procurador-geral José Bonifácio de Andrada. Até o momento, só houve andamento no caso do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, para pedir o arquivamento. E uma sindicância, fase anterior ao inquérito, está aberta para colher informações das suspeitas em torno do governador de Tocantins, Marcelo Miranda.
Assim como eles, outros quatro citados podem tentar a reeleição: Flavio Dino, no Maranhão; Fernando Pimentel, em Minas Gerais; Renan Filho, em Alagoas e Robinson Farias, no Rio Grande do Norte. Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, é um dos presidenciáveis do PSDB.
E outros citados que não podem se reeleger como governadores, como Marconi Perillo, em Goiás; Beto Richa, no Paraná; Tião Viana, no Acre; Raimundo Colombo, em Santa Catarina, e Fernando Pezão no Rio, podem tentar outro cargo político, como uma vaga no Senado ou na Câmara.
O juiz Marlon Reis, um dos idealizadores da Ficha Limpa, lamenta que obstáculos jurídicos continuem evitando que políticos envolvidos em esquemas ilícitos sejam atingidos pela lei. Até outubro de 2018, é pouco provável que haja alguma condenação. Para ele o foro privilegiado ainda é uma das causas de impunidade e acaba prejudicando até os inocentes.
'Muitos chegarão às eleições do ano que vem apenas sendo processados com base na Lava-jato. Eles também causarão prejuízo a aqueles que, eventualmente, poderiam ter uma alegação boa de defesa'.
Todos os governadores citados na delação da Odebrecht negam as irregularidades e dizem que doações de campanha feitas pela empreiteira foram declaradas à Justiça eleitoral.

Fonte: Carolina Martins/CBN


Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.