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terça-feira, 16 de agosto de 2016

TEMER ADMITE TER PEDIDO DINHEIRO A ODEBRECHT, MAS CONFIA QUE VAI ESCAPAR DO TSE.

O interino Michel Temer confirmou, em entrevista ao portal O Antagonista, que pediu dinheiro a Marcelo Odebrecht após ter sido pressionado pelo seu partido, o PMDB. Segundo Temer, contudo, não houve crime. Apesar de Odebrecht ter delatado que os recursos, em dinheiro vivo, saiu do caixa 2 da empresa, o peemedebista afirma que tudo foi registrado pela Justiça Eleitoral.
Disse Temer: "Eu já confirmei que jantei com Marcelo Odebrecht, no Jaburu, em 2014. Como é natural, o partido me pressionava para obter recursos para os seus candidatos. A Odebrecht contribuiu? Claro que sim. Está tudo registrado. Foram mais de 10 milhões de reais, dentro da lei. (...) não tenho conhecimento sobre dinheiro dado em espécie. E, sinceramente, acho improvável.”
Semanas após ter se reunido com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, Temer demonstrou confiança de que o eventual sucesso da ação de cassação de mandato eleitoral contra a chapa eleita em 2014 só atingiria Dilma, por conta da contabilidade do PT e PMDB terem sido feitas separadas.
"Creio que o TSE vai separar o julgamento das minhas contas de campanha do das contas da presidente afastada. Foram duas campanhas com captações de recursos distintas, como manda a lei. Basta ir à Constituição para verificar que a figura do vice-presidente é apartada da do presidente. A tese de ‘arrastamento’ viola o preceito constitucional segundo o qual nenhuma pena passará da pessoa do condenado.”
Outros ministros do TSE, contudo, têm denotado que essa dissociação não teria sucesso na Corte eleitoral.
A ação de cassação, que pode ser concluída no próximo ano, pode atingir Temer bem no meio de seu mandato como presidente em exercício. Por isso sua defesa se esforça para alavancar teses que gere alguma blindagem e coloque todo o prejuízo nas costas de Dilma.
A presidente eleita deve ser julgada em definitivo no fim de agosto no processo de impeachment. A expectativa é de que seja derrotada. Mas, segundo o colunista Ricardo Noblat, o Planalto sob Temer ainda sente medo de uma reversão.
Da mesma maneira, Temer também se preocupa com uma eventual delação de Eduardo Cunha. Metido até o pescoço na Lava Jato, o deputado só pensa em arranjar uma maneira de livrar sua filha e esposa das mãos do juiz Sergio Moro. Para isso, estuda entregar tudo o que sabe sobre Temer, esquemas que envolvem a cúpula do PMDB e da bancada de mais de 100 deputados que foram financiados com a ajudar do ex-presidente da Câmara.
“Cunha acumula segredos que poderão pôr o governo a pique, além de provocar um terremoto na Câmara. Ali, mais de uma centena de deputados deve favores milionários a ele. Alguns devem a própria eleição”, escreveu Noblat.
Para o colunista, Temer dificilmente cairá se Cunha abrir o bico. “Mas em torno dele, muitos cairão ao primeiro sopro. O desgaste será grande.” Mesmo que o interino ganhe imunidade processual após a consolidação do impeachment, a mesma blindagem não estará disponível a seus ministros e outros caciques do PMDB e aliados. O estranho jurídico não é garantido, mas o político, sim.
Nesse cenário, segundo Noblat, restaria a Cunha ou “uma saída de cena à moda de Getúlio Vargas, mas ele não tem o perfil para tal. Ou a delação, como tantos fizeram até aqui.”

Fonte: GGN

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