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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

PIMENTEL ESCALA "XERIFE" PARA DEVASSAR CONTAS DE MINAS.

Vinicius Spinelli foi controlador-geral de Fernando Haddad em São Paulo.

Estado decisivo para a vitória da presidente Dilma Rousseff em outubro, Minas Gerais passa hoje ao comando do petista Fernando Pimentel, que assume o governo quebrando quase duas décadas de domínio do tucanato. A missão de Pimentel é transformar sua gestão no centro da polarização do PT e do PSDB para a disputa nacional de 2018. Com o secretariado fatiado entre PT e o PMDB do vice Antônio Andrade, o ex-ministro da Indústria e Comércio terá como homem forte de seu governo o controlador-geral do estado, Mário Vinicius Spinelli, que ocupava a mesma função na prefeitura de Fernando Haddad, em São Paulo. Responsável pelo desbaratamento do esquema de desvios no INSS em São Paulo, Spinelli foi cedido para tocar uma devassa nos contratos dos governos tucanos nos últimos 12 anos e estocar munição pesada contra o ex-governador e senador Aécio Neves (MG), provável adversário do PT na disputa presidencial de 2018.
— É a primeira vez que o PT assume o governo de Minas Gerais. Teve o (Eduardo) Azeredo primeiro, o Itamar (Franco) ficou um tempo, e depois voltou o PSDB do Aécio. Como segundo colégio eleitoral do país, Minas consolidou a vitória de Dilma e continuará sendo o centro do debate e da polarização PT x PSDB. O PSDB vai tentar recuperar o terreno perdido, e o PT terá que encantar os mineiros com novas ideias para consolidar a vitória nacional em 2018 — diz o secretário nacional de Relações Institucionais do PT, deputado Reginaldo Lopes (MG).
O petista diz que o governador Alberto Pinto Coelho, sucessor do senador eleito Antonio Anastasia (PSDB), não promoveu uma transição democrática que desse condições a Pimentel de conhecer a real situação das contas do estado, e caberá a Spinelli fazer auditoria nos contratos.
— Para tomar pé da situação, todo governo, quando assume, deve fazer auditoria, conhecer a real situação das contas, investimentos, dívida, para mostrar ao povo o estado de fantasia que construíram em Minas nos últimos anos — disse Reginaldo Lopes, acusando os tucanos de terem construído uma imagem falsa de choque de gestão e meritocracia, “um castelo de areia” que já estaria sendo derrubado.
PT CALCULA QUE HERDARÁ DÍVIDAS
O PT de Pimentel alega que ele vai herdar um estado endividado — R$ 78 bilhões de dívida total e R$ 2,8 bilhões de dívida nominal — e que o primeiro desafio é fazer uma reforma administrativa e tributária para reduzir os efeitos negativos da guerra fiscal que afeta o PIB mineiro nos últimos anos. Outro desafio será construir uma relação com os servidores e definir o piso para os professores. A meta do governo é marcar a gestão por forte parceria com os movimentos sociais e populares.
A solenidade de posse será discreta e rápida, para que Pimentel viaje a Brasília, no início da tarde, para a festa de posse da presidente Dilma. Dentro da estratégia de fazer um mandato popular, identificado com movimentos sociais, o petista abriu mão de fazer o trajeto até a Praça da Liberdade em um Rolls-Royce 1953, de um colecionador mineiro, utilizado nas cerimônias de posse pelos governadores tucanos. Também não haverá a fila de cumprimentos, apenas um brinde. O Hino Nacional será cantado pelo rapper Flávio Renegado.
Em convite publicado no site do partido, o destaque é o fato de Pimentel ser o primeiro petista a chegar ao governo de Minas. “A Praça da Liberdade será o cenário de um momento histórico para os mineiros e mineiras. Neste dia, Pimentel assume o governo do estado, tornando-se o primeiro representante do campo democrático popular a governar Minas”.
O novo governador petista, entretanto, assume com uma ameaça de cassação de seu diploma. Com base na rejeição de suas contas de campanha pelo Tribunal Regional Eleitoral, o Ministério Público Eleitoral entrou com uma ação de investigação judicial eleitoral que pode levar à cassação do diploma e à decretação da inelegibilidade da chapa, que inclui o vice Toninho Andrade. Além de extrapolar em R$ 10,07 milhões os gastos de campanha previstos inicialmente em R$ 42 milhões, houve apresentação de recibos de doação fora do prazo, depois da eleição.
A ação é movida por Patrick Salgado, procurador regional eleitoral. Ele sustenta que “a campanha de Fernando Pimentel e Antônio Andrade foi ilicitamente impulsionada por inaceitável abuso de poder econômico”, evidenciado “pela superação do limite de gastos e por adoção de um método dúbio de realização de despesas”. Teriam sido utilizadas duas estruturas de arrecadação e gastos, com a mesma pessoa no comando, que seriam a conta do candidato a governador e a conta do Comitê Financeiro Único do PT-MG.
O governador eleito não se pronunciou até agora sobre a ação, e delegou a defesa ao departamento jurídico da campanha. Em nota, a coordenação de sua campanha reafirmou “a lisura e a correção das contas da campanha ao governo de Minas”.

Fonte: Maria Lima/http://oglobo.globo.com/

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