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domingo, 26 de outubro de 2014

DESAFIOS: DILMA TERÁ DE RECOMPOR BASE NO CONGRESSO PARA GOVERNAR.


Analistas avaliam dificuldades para formação de bloco de apoio ao governo.
Para eles, presidente reeleita terá de buscar uma coalizão mais consistente.


Uma das condições imprescindíveis para a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) conseguir governar será recompor sua base de apoio no Congresso Nacional. A partir de janeiro, quando assumir o segundo mandato, ela precisará de votos da maioria dos deputados e senadores para aprovar as políticas que propôs na campanha.
Isso ocorre porque, no sistema político brasileiro, composto por 32 partidos (em 2015, 28 estarão no Legislativo), é quase impossível que a sigla do presidente saia das eleições com a maioria parlamentar. O caminho é formar uma coalizão, angariando adesão de outras legendas em troca da partilha do poder no Executivo. Tem sido assim com todos os presidentes desde a redemocratização.
Uma sinalização da força que a presidente reeleita terá no Congresso pode ser dada pelo número de parlamentares eleitos dos partidos que a apoiaram na disputa eleitoral (veja no quadro ao lado). O PT de Dilma conseguiu 70 das 513 cadeiras na Câmara e 12 das 81 vagas do Senado. A base de apoio formada para a campanha, no entanto, pode se alterar com as negociações pós-eleições.
Segundo analistas ouvidos pelo G1, a negociação das alianças começa após o segundo turno, e a tendência é que muitos partidos decidam aderir à base de sustentação de quem sai vitorioso na disputa pela Presidência.
"O presidente eleito tem muita força de atração, o que faz com que a própria oposição fique sem ação, diante da popularidade do presidente. A capacidade de formar coalizão é muito grande, a pessoa eleita tem todos os recursos possíveis para montar a coalizão", diz o sociólogo e cientista político Sérgio Abranches, precursor dos estudos sobre o chamado "presidencialismo de coalizão".
Isso ocorre por causa da concentração de poder – por meio de verbas e cargos – nas mãos do presidente. Assim, para formar a coalizão, os analistas consideram natural a entrega aos partidos aliados do comando de ministérios e órgãos importantes da administração.
"Os partidos políticos querem votos, políticas e cargos – todos esses são meios de exercer o poder. Para governar bem, tem que ter apoio dos partidos. Um país não pode depender de pessoas, tem que depender de instituições, porque instituições ficam, as pessoas passam", justifica a cientista política Argelina Maria Cheibub, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

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Fonte: Renan Ramalho e Felipe Néri/http://g1.globo.com/

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