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domingo, 17 de agosto de 2014

SIGLA FAZ REARRANJO INTERNO PARA INDICAR EX-SENADORA.

A confirmação pelo PSB da candidatura de Marina Silva à Presidência esbarra na solução da complicada arquitetura interna de poder, abalada pela morte do ex-governador Eduardo Campos. Reconstruir a delicada correlação de forças com o grupo do Rede Sustentabilidade, liderado por Marina Silva, é a tarefa mais urgente e que tem impedido declarações mais enfáticas de que a ex-senadora é o caminho natural para substituir Campos.
Políticos e dirigentes mais ligados à burocracia do PSB e à campanha à Presidência temem que uma aclamação de Marina represente a perda do controle de espaços antes garantidos por Campos. Por isso, há focos de resistência e repetidas menções à necessidade de diálogo e uma saída negociada.
Sem o presidente e maior expressão eleitoral do partido, o PSB receia que a campanha seja dominada pelo grupo de Marina. Depois de não obter registro para participar das eleições, o Rede Sustentabilidade encontrou abrigo em vários partidos, sendo o PSB o principal.
Ao trazer Marina como seu maior capital político, o grupo exigiu participação igualitária no comando da campanha. Para cada função há um integrante do PSB e do Rede. A arquitetura vinha do topo, com a liderança de Campos e Marina, um de cada lado. A morte do ex-governador quebrou o equilíbrio. "Agora, a questão importante é como fica essa correlação de forças. O espelhamento [de funções] tem que ser rediscutido", afirma o vereador e candidato a deputado federal Eliseu Gabriel, presidente do diretório municipal do PSB de São Paulo.
Para o pessebista, como há um momento de crise, todos dependem da "unidade e do bom senso". "Já que as questões regionais foram resolvidas, não deveria ter mais essa divisão. Estamos num barco só. Somos todos PSB, querendo mudar o Brasil. A Rede tem que ser PSB", diz.
O dirigente não especifica de que modo seria esse novo arranjo - se o PSB reivindicaria uma presença além da paridade, já que Marina terá a cabeça de chapa, ou se pediria à ex-senadora que desistisse de sair do partido para fundar o Rede. "Não é saber quantos por cento terá cada lado. Não é o regimento interno que decide. Dependeria muito da iniciativa dela de unificar essas turmas, ajudaria muito. É uma questão de conversar, de combinar", diz.
De acordo com o pessebista, o entendimento precisa ser feito agora, durante a campanha, pois, em caso de vitória, Marina nem precisaria montar outro partido. "Se ganhar, é outro cenário. A necessidade vai ser a de montar uma composição para governar", afirma.
A dificuldade de união entre PSB e Rede, no entanto, ocorre em paralelo à divisão interna no partido, entre as alas mais próximas do PT e do PSDB - que tiveram encontros separados ontem em São Paulo.
Ligado aos petistas, o presidente nacional em exercício, Roberto Amaral, reuniu-se no comitê do PSB em São Paulo durante a manhã com o secretário-geral da legenda, Carlos Siqueira, e com coordenadores de campanha do PSB e do Rede. Depois almoçou com Siqueira e a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP). Nos bastidores do partido, a resistência ao nome de Marina Silva - manifestada por Amaral - é interpretada como consequência de possíveis "investidas" do PT, já que a desistência do PSB em concorrer aumentaria a chance da presidente Dilma Rousseff de se reeleger no primeiro turno.
No Palácio dos Bandeirantes, outro grupo de pessebistas se reuniu com o governador Geraldo Alckmin. Oficialmente, o objetivo do encontro foi o de discutir detalhes sobre o traslado do corpo de Campos para Pernambuco. Participaram o governador de Pernambuco João Lyra, o deputado federal por Minas Gerais Júlio Delgado, o ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra, Paulo Câmara, candidato ao governo de Pernambuco, e Márcio França, vice na chapa de Alckmin pela reeleição e maior representante do PSB ligado aos tucanos.
Depois da reunião, Lyra disse à imprensa que a tendência do PSB é ter candidato próprio à Presidência, mas que isso "depende das conversações que vamos iniciar a partir de agora". O PSB tem dez dias para oficializar um nome para substituir Eduardo Campos, embora a propaganda eleitoral no rádio e TV já comece na terça, 19.
Ao Valor, Julio Delgado disse que seu nome passou a ser considerado no partido como um dos possíveis candidatos a vice-presidente numa chapa encabeçada por Marina. Quanto à data de confirmação de Marina, o deputado disse que o partido se impôs o sábado, 23, como limite máximo para que ela comece a aparecer na propaganda. "Se na quinta precisarmos repetir o programa do Eduardo, vamos repetir. Sábado é limite", disse.

Fonte: Cristian Klein; André Guilherme Vieira e Letícia Casado, colaborou Marcos de Moura e Souza/Josivan Barbosa via http://twishort.com

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