RNPOLITICAEMDIA2012.BLOGSPOT.COM

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

CASAS POPULARES SÃO INVADIDAS EM RIACHO DE SANTANA.

No último dia 29, inúmeras famílias invadiram as casas populares construídas com recursos do governo federal, na cidade de Riacho de Santana, Alto Oeste potiguar. Residências essas que pertencem ao programa "Minha Casa, Minha Vida" e que encontrava-se estagnado a quase 1 ano. Os líderes do grupo de moradores sugeriram que houvesse diálogo entre as partes, para que as casas possam ser concluídas, propiciando uma melhor qualidade de vida.

A moradora Gildilene, disse: "A situação é precária. Não há condições de se viver dignamente. Uma verdadeira humilhação. Me sujeitei a vir para esta casa, por não ter para onde ir. Pretendo fazer melhorias, devagar, com a ajuda dos meus pais. Esta casa onde ocupei, não tem portas. O que necessitamos é de atenção do poder público e das autoridades competentes para que seja nos dado o mínimo de dignidade. Por sorte, estamos muito unidos e não há o risco de roubo do pouco que temos. Somos um por todos e todos por um. Tivemos uma reunião na câmara de vereadores, mas nada foi esclarecido. O advogado Alexandre e o presidente da câmara, Chico Gordinho, sugeriram que a gente desocupassem as casas para que a construtora terminassem os serviços e os cadastrados ocupassem as residências. E nós? Para onde vamos? O que falaram na câmara não significou nada para nós. Não mostraram nenhuma alternativa para nós. Nem mesmo a listagem dos cadastrados tivemos acesso. O próprio advogado Alexandre disse que não teve acesso a esta listagem. Pelo que eu soube, nesta listagem tem uma pessoa que reside no estado de São Paulo e é sobrinha do ex-prefeito Raimundo Nonato. Pedimos a presença do prefeito Jessé, porém ele não foi ao nosso encontro."
Já outra moradora, senhora Raulina, disse ao blog, que somente invadiu as casas, por que não tem onde morar e já que faz 7 meses que este projeto habitacional está parado, resolveram invadir para fugir do aluguel, tendo em vista que não tem renda para pagar. Questionamos sobre o teor da reunião na câmara de vereadores, dona Raulina disse: "Nos foi dito, que deveríamos ter bom senso e desocupar as casas, para que não chegasse a esfera judicial. Garantiram que a firma reiniciaria as obras. Mas não mostraram outra saída. De uma coisa tenha certeza: não há possibilidade de acordo. Só sairemos em caso de decisão judicial. O gestor municipal, Jessé, deveria ouvir os moradores. Mostrar um meio de sanar este problema. Não temos para onde ir. Sabemos que é ilegal a invasão, entretanto, qual o poder que vai falar em culpabilidade que não tenha alguma parcela de culpa. Já ouvimos termos de pessoas da comunidade, que só aguentamos por que estamos em um momento de fragilidade, sem ter quem nos apoiei. Não há nenhuma condição humana de viver dignamente. Para se ter uma ideia melhor de como vivemos, até as necessidades fisiológicas são feitas em sacolas e depois incineradas. Mas vamos à luta para oferecer uma qualidade de vida melhor aos nossos filhos."
Ouvindo a moradora conhecida por Dona Toinha, e ouvimos dela: "Não tenho nenhuma condição de pagar aluguel. Tenho duas filhas, inclusive uma delas com problema de saúde e vivo aqui ao relento, sem proteção,. como janelas e portas. Espero que sejam feitas melhorias e não desistir nunca deste sonho. O interessante é que nas eleições para prefeito e vereador aparecem nos pedindo votos", disse a moradora.
José Ismael Ciriaco, disse que: "Enfrentamos dificuldades, cada um com seus problemas. No meu caso, não tenho trabalho, encontro-me desempregado. Já fui na prefeitura inscrever-me por 8 vezes e nunca saiu uma casinha para mim. Como estas casas estavam paradas, resolvemos habitá-las e eu, particularmente, só saiu daqui morto ou algemado. Esta casinha é meu sonho e eu não vou larga-lo facilmente. Inclusive já estou organizando minha nova morada. Cavei fossa e quero dar uma qualidade de vida melhor a minha família", finalizou.
Outra moradora que ouvimos, Dona Renata, disse que só quem não tem onde morar é que invade casas do governo. "Ninguém invade casas por querer. Invade-se por necessidade. Sei que é ilegal, mas não tenho como pagar aluguel. Na reunião na câmara de vereadores, o um dos políticos da cidade recebeu mensagem de celular do prefeito. mas não queremos mensagens, queremos a presença dele para ver o que pode ser feito por nós. Somos parte desta cidade e merecemos respeito. Tenho 3 filhos e pergunto: vou morar onde? Sabemos que não há estrutura nenhuma neste conjunto, mas vamos à luta e juntos venceremos", concluiu Dona Renata.
Dona Lena, mãe de 4 filhos, disse que a água é um dos maiores problemas do local. Antes morava de aluguel e esse foi o principal motivo para vir para cá. Um fato interessante é que nunca nos mostraram esta listagem dos inscritos. Ninguém nos procurou para dizer absolutamente nada. O advogado, que acho ser da prefeitura, Dr. Alexandre, disse que não tem acesso a esta lista. Queremos sentar e resolver nossa situação. Apenas isso", disse Dona Renata.
Dona Consuelo, que está residindo numa das casas de condições menos precárias, disse que invadiu por que a obra estava parada e que ao ver outros moradores vir para as casas, os acompanhou. Pedimos por muitas vezes a presença do prefeito, mas ele não apareceu. A listagem dos supostos beneficiários, nós nunca vimos.
Seu Dedé, pai de 3 filhos, foi um dos que mais nos emocionou. Chegamos no momento em que almoçavam e observamos que a qualidade da refeição oferecida era muito pouco, diante do que é no mínimo necessário.

Esperamos, que dentro da lei e do direito, deforma pacífica, a situação destas famílias seja resolvida. Sabemos que não é legal a prática de invasão. O programa de casas populares atendemuma série de quesitos básicos que se faz necessário respeitar. De outra banda, a Constituição Federal, em seu capítulo II, pertinente aos direitos sociais, o artigo 6º, reza que: "São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição." 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.