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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

BOLSA FAMÍLIA, O MAIOR COLÉGIO ELEITORAL DO BRASIL.

Um eleitorado de 40 milhões de pessoas é influenciado pelo programa, que, especialmente no Nordeste, se tornou uma arma eleitoral incomparável.

“Quem de vocês aqui gosta do Bolsa Família levanta a mão?”, brada ao microfone, do alto de um palanque improvisado, o senador Lobão Filho, candidato do PMDB ao governo do Maranhão, na cidade de Barra do Corda (85.000 habitantes). A plateia reagiu imediatamente com os braços estendidos. O candidato continuou: “Isso me preocupa, porque os nossos adversários estão unidos a Aécio Neves, que já disse em todos os jornais e todas as emissoras de TV que é contra o Bolsa Família".
Filho do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), que orbita o petismo como representante de José Sarney há anos, o candidato peemedebista convive com Aécio Neves no Senado. Os dois são colegas. O peemedebista sabe que o tucano nunca se opôs ao programa – pelo contrário, é de Aécio a proposta para transformar o programa em política permanente de Estado. Mas, nos grotões do Brasil, Lobão Filho utiliza um discurso convenientemente falso. Mesmo um candidato ligado à oligarquia recorre ao discurso de que os seus concorrentes são inimigos do povo por causa de uma oposição fictícia ao programa.
Nas últimas semanas, os candidatos a presidente (especialmente Dilma Rousseff) intensificaram as viagens a São Paulo para tentar conquistar a simpatia do eleitor paulista. A razão é óbvia: o Estado tem 32 milhões de votos, o maior número de eleitores entre as unidades da federação. Mas, na disputa deste ano, também está em jogo um "colégio eleitoral" muito mais poderoso – e leal: o dos beneficiados pelo Bolsa Família. São 14,2 milhões de famílias contempladas pelo programa. Mas estudiosos do programa, como o economista José Matias-Pereira, especialista em gestão pública e professor da Universidade de Brasília, estima que pelo menos 40 milhões de eleitores sejam afetadas pelo programa.
A conta inclui não só os mais de 25 milhões de eleitores que recebem recursos do programa. "Existe, por exemplo, a pessoa que pensa: se minha filha perder o Bolsa Família com os cinco filhos que ela tem, ela vai voltar para dentro da minha casa", diz o professor. Ele também cita comerciantes que vendem fiado para os beneficiários do programa em localidades pobres :"Há uma espécie de medo nessas comunidades. Independentemente de a pessoa receber o Bolsa Família, ela acompanha a decisão da maioria porque sabe que, se aquilo mudar,também ameaça os interesses dela". E, claro, essa arma é utilizada à exaustão por políticos Brasil afora, especialmente longe dos holofotes.

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Fonte: Gabriel Castro e Laryssa Borges/http://veja.abril.com.br/
Foto: Welton Araújo/Agência A Tarde/AE/Veja

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