RNPOLITICAEMDIA2012.BLOGSPOT.COM

segunda-feira, 20 de maio de 2013

OS JANTARES DO DEPUTADO FABINHO LIDERANÇA.

O poder come na mão dele. Os eventos atraem políticos de peso – de Ideli Salvatti a Michel Temer.

"Parabéns a você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vidaaaaa...”, cantavam em uníssono os deputados reunidos em volta da mesa de plástico. As palmas na sala do apartamento funcional do deputado Fábio Ramalho, do PV de Minas Gerais, conhecido em Brasília como Fabinho Liderança, rompiam alegremente o silêncio de uma noite de quarta-feira, o dia de faina parlamentar mais estafante na capital. Os deputados iniciariam os trabalhos com o bolo branco de padaria, recheado generosamente com glacê, que adornava a mesa do parabéns. “É pique, é pique, é hora, é hora, é hora: Ideli! Ideli! Ideli!” A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, responsável por manter as boas relações do governo Dilma com o Congresso, cumpriu o ritual de cortar o bolo, distribuindo os primeiros pedaços em pratinhos de louça branca.
O poder em peso se serve na mesa farta de Fabinho Liderança. Do vice-presidente da República, Michel Temer, ao deputado Paulo Maluf. “É comida de garimpeiro”, diz Fabinho, engolindo as sílabas com seu mineiríssimo sotaque. A noite avançou; o bolo acabou, mas a comilança prosseguiu. “Não vai pegar um courinho?”, diz Fabinho, preocupado com a inapetência de um convidado cujo prato estava transbordando – mas que ainda não se servira do crocante pedacinho de pele de porco. A comida de Fabinho é pesada. Os pratos principais incluem leitoa assada, carne de sol, costelinha de porco, feijão-tropeiro,arroz, paçoca e pernil. Na semana passada, durante a longuíssima votação da MP dos Portos, Fabinho mandou servir uma galinhada no cafezinho do Plenário. A MP foi aprovada.
“Lúcio, não vai pegar uma sobremesinha?”, diz Fabinho ao deputado Lúcio Vieira Lima, do PMDB da Bahia. Há sorvete de queijo com calda de goiabada quente, doce de leite, goiabada cascão, rapadura e doce de amendoim. Os olhos de Lúcio Vieira Lima brilharam. Ele é assíduo na mesa de Fabinho, como atesta sua circunferência. “Me diziam: ‘Você tem de ir à casa de Fabinho’. Agora eu venho e só tem macho!” Com a exceção, claro, de Ideli. Desta vez, ela preferiu não cantar serestas ao lado dos deputados. Noutra ocasião, sua alegria vocal incomodara tanto os vizinhos que houve reclamação formal no condomínio. Fabinho deixou os convidados à vontade e, à francesa, foi para seu quarto fazer a digestão. Brasília é uma festa.

Fonte: Leandro Loyola/Época 
Foto: Cristiano Mariz

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.